sábado, 12 de janeiro de 2008


Quanto sentimento é preciso acumular dentro de uma pessoa para que ele extravase as fronteiras da carne, se distribua e se dissipe no ar
Como é possível criar uma armadura para que os mesmos sentimentos não saiam nem pelas brechas dos cantos, nem pelo buraquinho do parafuso frouxo
E como esses sentimentos num simples momento podem sair pelo lugar por onde o ser é decifrado
E como límpido eles saem, rolando pelo rosto, inocente da intensidade do mundo que acaba de ver
E como em um curto tempo ele é arrastado e levado embora, como se nunca tivesse saído daquele ser, para que o mundo não veja que a caixa que o protege pôde em um momento deixar o universo visualizar sua existência
E todos esses sentimentos reunidos começam a explodir aqui dentro, o organismo funciona agora em função deles... e agora o que fazer?
Alguns explodem sem controle, outros permanecem acanhados no íntimo
Alguns riem, outros choram, outros gritam... mas todos me cutucam o tempo todo
Vejo o dia de puro estase, e sensações, e sentimentos, todos eles saindo de mim e alcançando todo o espaço e pessoas
Levado pelos ventos como boas novas, dando asas aos seres, flutuarrr
Chegar ao estado de graça, rodar todos os lugares e voltar
Dessa vez não para a caixa, mas para estação
Estando só de passagem e se renovando a cada dia.

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